Pensei sobre o que escrever nesse post e vou começar do zero. Já que o blog é sobre maternidade, vou contar como me tornei mãe. Da concepção ao parto, tudo foi uma aventura.
Existem duas formas de gravidez: a surpresa e a planejada. No meu caso teve um pouco de cada. Eu estava planejando engravidar e até tentei durante uns meses, mas logo tive que parar porque mudaríamos de país em breve. Sendo assim, o mais prudente seria não engravidar naquele momento. Mas sabe como é…vocês conhecem Murphy?
“Lei de Murphy; “Se algo pode dar errado, dará.”
Então, esse grande comediante (pra não dizer outra coisa) vive nas sombras das vidas alheias, sempre esperando pra agir na hora “certa”, fez seu trabalho e eu engravidei no mês que decidimos não engravidar kkkk Não que minha gravidez tenha sido um erro, mas o momento não era o melhor.
Um certo dia acordei 6 da manhã com vontade de fazer o teste, fiz e a primeira vista só tinha um tracinho. Fiquei tranquila, olhei pra luz no teto e dei um suspiro. Quando voltei o olho pro teste o segundo traço estava lá, fraquinho, mas estava. Foi uma mistura de felicidade e ansiedade.

A gravidez começou tranquila, mas aos 3 meses apareceu uma alteração na minha ultra: Ducto venoso reverso. O médico disse que tinha chances dx bebê ter algum problema cromossomial ou cardíaco. Meu mundo caiu. Lidar com tudo aquilo foi bem desgastante, mas com apoio de toda família e do médico-anjo que me atendeu (Dr. Heron), levei a situação com esperança de que tudo ficaria bem, independente do diagnostico final.
Fiz todos os exames para saber se a bebê estava bem e apenas com 25 semanas que tive a confirmação que era saudável. Agradeço a Deus todos os dias e todos que rezaram por nós.
Quando tudo de pesado já tinha passado, me dei conta do que é a maternidade: uma eterna preocupação. Aquela situação foi apenas uma de muitas outras que terei que enfrentar. Me senti mais confiante do que nunca para me tornar mãe.
Ainda um pouco traumatizada perguntei ao médico que fez as ultras:
-Quando vou poder ficar tranquila de vez? Quando posso relaxar?
-Quando ela tiver uns 18 anos. – Ele respondeu.
Ri muito! Pura verdade! Até parece que mãe relaxa, acho que nem quando o filho tiver 18 anos.
Barriga vai, barriga vem, eu já estava andando que nem uma pata com lepra, e então, com 40 semanas e 3 dias começaram minhas contrações. Eu queria parto normal e me preparei para aquilo, estava feliz…. até começarem as contrações fortes…Olha, aquilo não é coisa desse mundo, não.
Dizem que é um ritual de passagem mulher-mãe. Porra! Tava mais pra ritual de sacrifício, porque parece que você vai morrer! (Grávidas, não se sintam com medo, cada uma tem uma experiência, não quer dizer que sentirão a mesma coisa).
Eu comecei a sentir muita dor no carro com minha mãe (a coitada que me levou pro hospital). Pegamos um engarrafamento quando chegamos em laranjeiras, eu agi da forma mais louca que um ser humano poderia agir.
Olhei pra frente e vi um corredor de carros, pedi pra minha mãe entrar na contra-mão, abri a janela e pedi pra um casal que estava passando avisar pros carros na frente que eu tava parindo e mandar todo mundo sair da frente. Eles fizeram isso (obrigada casal, vocês foram demais!), achei lindo, cena de filme, pena que ninguém saiu do caminho e eu continuei parada, sofrendo de dor!
Quando finalmente chegamos ao hospital não dei nem bom dia pra médica, pedi a anestesia. Logo eu, que queria um parto natural kkkk Eu tava possuída. Ela me perguntava alguma coisa e eu só respondia: anestesia. Conclusão, não podia tomar nada até concluir a internação e minha médica chegar…Fiquei 3 horas (TRES HORAS) morrendo (eu achei mesmo que tava morrendo) de dor.
Quando o anestesista chegou, eu o agarrei no corredor e mandei ele vir comigo. Ele me olhou com vontade de rir e falou:
-Tenho que trocar de roupa. Eu respondi:
-Você tá ótimo assim, pode vir! (lógico que não foi)
No final das contas, eu posso dividir essa experiência em duas: Antes e depois da anestesia. Depois da anestesia eu me senti a pessoa mais feliz do mundo, tinha esperança na humanidade e nos políticos brasileiros. Uma coisa bem louca. (Mais uma vez, grávidas, não tomem minha experiência como exemplo, com vocês pode ser tudo diferente, se querem um parto natural, vão fundo, tenho amigas que fizeram e conseguiram).
Quatro forças depois, nasceu minha segunda vida. Foi tudo bem rápido, correu tudo bem.Ter minha bebê nos braços foi maravilhoso. Nasci novamente, me tornei mãe.
Um comentário em “Big Ben”