Quando nos tornamos mães aprendemos que a intensidade dos sentimentos podem ser triplicados e que todas as crianças se tornam um pouco nossas também. Passamos a sentir uma certa “responsabilidade” em fazê-las felizes, em criar sorrisos em seus rostos. Quando vemos uma criança triste, perdida ou chorando, aquilo bate direto na nossa alma, é quase insuportável, né?
Quando vejo uma criança na rua, desamparada, com fome, sem saber o significado de respeito, amor e cuidado, me sinto um pouco culpada…Afinal, ela é uma criança, eu, supostamente, sou a adulta, que deveria ajudá-la, guia-la, independente de ter ou não laços familiares. A partir do momento que não se identifica mais quem são seus pais, ou estes não se encontrem presentes, elas se tornam, literalmente, filhos da sociedade.
Neste momento contribuo com palavras…
Colo de pedra
O menino busca amparo
A estátua transmite
com sua fortaleza
segurança
O menino busca limite
A estátua ensina
Com sua rigidez
A serenidade
O menino busca sentimento
A estátua mostra
Com sua postura
afago
A estátua é mais humana
Do que a sociedade
Que atravessa o cotidiano desta imagem
Com coração de pedra
Thais Braga