Semana passada assisti um filme que retrata a situação de vida em Uganda, na África. Sempre tive um carinho especial por aquele continente, apesar de não conhecer pessoalmente (ainda). Quando era adolescente costumava chorar pelas crianças da África, não me perguntem porque ou me questionem: e as crianças do Brasil? Também sofrem!
Sim, também sofrem! E eu também sofro por elas, sofro por todas! Mas de fato, isso acontecia comigo, era um choro incontrolável.
Quando terminei o filme, mais uma vez as lágrimas voltaram a molhar meus olhos e pior, uma dor imensa no coração acompanhou todo esse sentimento de tristeza. Acho que agora como mãe sinto ainda mais ver aquelas crianças sofrendo. Me questionei o que eu estava fazendo na minha vida para contribuir com aquela situação. Sim, todos temos uma dose de responsabilidade, afinal, somos todos irmãos, moramos todos no mesmo planeta!
Se olhar por uma perspectiva de quem tem visão limitada você pode dizer: “não são meu problema”, porém, se imagine pairando no universo, observando a Terra de lá, vivenciando aquela imensidão negra, desconhecida e silenciosa; não diria que somos um só? Que todos deveríamos nos unir para nos ajudar sem pensar em divisões geográficas?
Essa é minha sensação: vontade de unir, ajudar. Não apenas dinheiro é necessário nesse cenário, mas a busca por informação, o questionamento próprio, a mudança de atitudes, existem muitas formas de contribuir. Nesse momento espero poder tocar o coração de vocês de alguma maneira, fazê-los refletir sobre a situação no mundo, sobre o que é realmente importante e provocar uma inquietação em cada um que gere algum movimento, que incite alguma mudança, que abra oportunidade para debates. É assim que começamos.
Em breve teremos novidades sobre esse assunto, aguardem! Também deixo vocês com uma poesia que escrevi quando era jovem, acho que nem tinha entrado na faculdade ainda, mas já sentia uma dor cortante no peito ao me deparar com assuntos da Africa. Espero que gostem, espero que se inquietem ❤
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África
(Às crianças da África)
O calejado pé negro toca a terra dura
ensangüentada de sofrimento
Seu olhar tristonho expressa
O horror do esquecimento alheio
Sua lágrima de agonia cai
limpando a poeira do rosto
mostrando o caminho
até a carne dos lábios secos de voz
o silêncio estridente do choro choca
e o som da morte cala
Enquanto há choro há vida
enquanto há morte há choro
Thais Braga