É assustador como esta nova geração está crescendo em torno das redes sociais e suas consequências.
Nós, pais, que tivemos o privilégio à privacidade e nos desenvolvemos cometendo nossos erros, tendo, quase sempre, uma segunda chance e o direito a não exposição deles. Nossos filhos não tem a mesma sorte, porque entendam, erros todos nós cometemos, mas antes da era das redes sociais estávamos protegidos do julgamento e da covardia dos seres-humanos “perfeitos” (todos com teto de vidro).
Eu fico impressionada com a falta de empatia das pessoas que se veem no direito de apontar o dedo, escrever comentários absurdos e maldosos, tudo isso por trás de uma tela, parece que todos por trás de uma máquina viram santos, isentos de qualquer tropeço na vida, imaculados…. hipócritas.
Quando esses comentários atingem crianças e adolescentes, pessoas ainda em formação, o estrago pode ser grande.
A exposição dessa geração é muito preocupante, já nascem com celulares e tablets, pedem para tirar fotos e fazer vídeos. Já virou uma febre pré-adolescentes com canais no You tube contando suas rotinas e falando sobre assuntos que envolvem seus meios.
Querem mostrar, querem aparecer, tudo por um like, por mais um seguidor, pessoas das quais não sabemos de onde são, quais suas intenções. Até aonde vale se expor? Quanto vale uma curtida?
Quanto mais ousados, mais aceitação, essa é a lógica dos dias de hoje. Por isso, postam fotos de seus corpos, fazem poses sensuais, topam participar de jogos perigosos que podem até custar suas vidas. Fiquei em choque com a história do grupo do whats App em que o objetivo final era o suicídio. A vida perdeu tanto o valor que acham engraçado participarem de “brincadeiras” perigosas, e a sociedade está tão doente que há uma grande demanda por conteúdos desse tipo.
Nós, pais, precisamos estar atentos e também rever nossas atitudes. Quando postamos fotos e vídeos nas redes estamos dando o exemplo. Claro que vivemos em uma época em que isso faz parte do cotidiano, porém, precisamos achar um equilíbrio entre a exposição ponderada e a desmedida. Precisamos falar do básico, explicar que do outro lado, quem os assiste pode não ser uma pessoa bem intencionada, falar da internet como algo que deva ser usado com prudência pois existem muitos pontos de vista e interpretações e algo que pode parecer ser sem importância para eles, para outros pode ser o fim do mundo.
Trazer algumas reflexões tais como: porque uma curtida de alguém que você nem conhece é tão importante? Seus amigos que te curtem podem fazer isso ao vivo, numa conversa pessoal ou em grupo, ou que a vida nas redes é uma ilusão e que muitas pessoas mentem por terem uma vida incompleta e triste, têm a necessidade dessa falsa aprovação. Que não devemos acreditar em tudo o que vemos por lá, que a base deles deve partir do que eles vivem em casa e com os amigos no mundo real.
O mais importante , meus amigos, é tornar-se presente, mostrar que o mundo real é realmente mais bacana do que o mundo virtual e que certas vezes a rotina é calma, é cansativa, e que tudo bem! Que a vida é assim mesmo, com altos e baixos, não há necessidade de estar tudo bem sempre, é normal e saudável. TODOS passam por isso, só que na internet apenas se postam os momentos felizes (ou o teatro da felicidade).
“Cool” mesmo é ser feliz e não postar nada, ou apenas dividir com pequenos grupos, com pessoas de sua confiança.
Um viva para cada momento feliz que não é compartilhado, para cada pessoa que se conscientiza disso e cada adolescente que tem sua privacidade preservada!