Depois que me tornei mãe realmente aconteceram mudanças significativas na minha vida, precisei me adaptar em várias situações para que tudo fluísse de forma mais tranquila.

O primeiro grande baque foi em mim, claro, meu corpo e mente, um aprendizado sem fim. Também passei pelo período mais difícil da minha vida quando descobri uma alteração da ultra da Aurora e isso me transformou em muitos sentidos. Depois disso, minha mudança para Inglaterra: um acontecimento e tanto para uma mãe recém-saída do puerpério. Uma nova vida que pedia um novo reconhecimento de moradia, cultura, língua; de tudo!

Me vi em um novo país, com uma bebê de 3 meses, sem trabalho (remunerado) e apenas como mãe, dona de casa. Uma realidade da qual eu nunca tinha vivido por tanto tempo. Graças a Deus eu tive companhia dos meus pais por um tempo e também tenho um marido presente e consciente, o que tornou toda essa reviravolta inicial uma fase relativamente tranquila.

Logo era inverno, meus pais já tinham voltado para o Brasil e eu me vi inquieta, precisando ocupar minha mente com algo além da rotina de mãe. Precisava de algo que fosse me acrescentar também profissionalmente.

Foi então que eu resolvi botar um projeto pessoal/profissional para frente: Escrever livros infantis, algo que planejava há anos e nunca tinha tomado iniciativa. Mas sabia que o mercado literário no Brasil é bem fraco e por isso precisava montar uma rede onde eu pudesse vender esses livros, foi então que criei a página da Mãezona.

Vejam só, eu nem esperava o quanto essa página mudaria minha vida e o quanto me ajudaria a superar um longo e solitário inverno em Londres.

Não demorou muito pra página ficar conhecida, vocês adoram uma piada, né? KKK Rir é muito bom mesmo e foi aí que me animei ainda mais, pois comecei a receber depoimentos de outras mães que diziam como a Mãezona as deixavam mais leves, era como uma terapia. Uma vez uma mãe me disse que toda noite vinha na página ver o meme que eu tinha postado, que era um dos momentos auge do dia dela. Olhem que lindo: eu sentia/sinto apoio vindo de vocês, e vocês também sentem esse apoio, né?

Tive também ajuda de outras mamães como a Paola (@mãepirada) e Michele (@quemamasempreeduca), que sempre me deram suporte e compartilharam meu conteúdo. E claro, meus pais!

Como eu estava sem trabalhar, não tinha dinheiro pra comprar um computador, com a mudança e tudo, estávamos muito apertados e eles notando isso e acompanhando meus planos, resolveram então apoiar esse meu sonho: me deram um computador de presente! ❤

Estão percebendo onde quero chegar? Sem apoio, eu não teria ido a lugar NENHUM!

Nós mães vivemos muitas pausas em nossas vidas pelos filhos, pausamos trabalho, pausamos nossas vidas sociais, nossos sonhos, nossos cuidados com nós mesmas, e para retomar o caminho de volta à vida normal precisamos de APOIO!

Ficamos fragilizadas emocionalmente, inseguras…Outro dia estava comentando em um grupo de mães que eu não conseguia mais me atualizar das notícias políticas com tanta facilidade, que me sentia ilhada certas vezes. Vi que este era um sentimento comum entre outras mães. Que injusto, né? Com esse isolamento ficamos defasadas, e mais uma vez, o APOIO se faz necessário da parte de terceiros para que possamos retornar ao cotidiano da vida.

Um marido que diz para sua esposa que ela é uma “inútil”, ou que não faz nada o dia todo, entre outras depreciações, só esta cavando um buraco ainda maior pra que essa mulher consiga sair depois.

Ontem encontrei uma mãe no parque e ela desabafou comigo:

– Trabalho de casa, 3 horas por dia. Estou tentando voltar ao normal, mas só consigo trabalhar quando meu marido chega em casa. Quando ele chega peço para ele assumir pois preciso começar a trabalhar e ele me questiona: “Porque não trabalhou durante o dia? Não faz nada, só fica em casa com o bebê!”

Que absurdo, né? Quem fica em casa com uma criança sabe que é praticamente impossível trabalhar (eu falo com propriedade porque esta também é minha realidade e só consigo trabalhar quando Aurora tira a soneca e depois que meu marido chega).

Se você é esse tipo de marido reveja sua atitude, pense que seu apoio é essencial para que sua mulher volte a se sentir confiante e principalmente, que tenha condições de realizar qualquer coisa em sua vida (este apoio que estou citando aqui é emocional, que qualquer marido deveria prestar sem pestanejar, já quando falo na divisão das tarefas e cuidado com os filhos, não é “apoio” e sim papel, dever, obrigação. Só pra deixar claro)

Não só os maridos devem perceber isso, mas todas as pessoas próximas: mães precisam de APOIO! 

Muitas vezes me sinto um pássaro que quer/precisa voar, mas tem as asas fragilizadas. São tantos impedimentos que o desanimo corta as esperanças, energia, me sinto batendo asas enlouquecidamente, lutando pra ficar no ar, mas simplesmente elas não são o suficiente pra me manter no céu, então me vejo caindo em queda livre…Quando acho que vou me esburrachar no chão, lembro que tenho um paraquedas e que só preciso aciona-lo.

paraquedas

Sim, mães precisam de paraquedas! Não há vergonha em reconhecer isso, não nos faz menores. Pelo contrário, se precisamos de paraquedas é porque estamos voando alto, estamos realizando um dos maiores feitos que um ser humano pode realizar: gerar/educar um outro ser, vivendo uma das maiores transformações que pessoas podem presenciar: amar o próximo mais do que a si mesma, deixar tudo de lado por outro; uma prova de abdicação de si.

Portanto, em caso de emergência, não se envergonhe em pedir ajuda e não hesite em aceitar.

E pessoas de fora, por favor, sejam paraquedas para essas mães, não sejam uma bigorna.

 

 

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