Que Rufem os tambores 🥁🥁🥁 Com vcs: “terrible twos”🤘🏼 🤣
Agora é sério, quero falar sobre isso! Leio muitos textos bacanas sobre como lidar com essa fase, que é considerada por muitos especialistas como a adolescência infantil.
Já existem diversos estudos comprovando isso, alterações cerebrais, etc, etc, etc.. então nem entrarei nesse mérito.
Quero falar mesmo sobre como agir de forma que irá fazer seu filho aprender com a situação.
Minha história ontem foi a seguinte: estávamos na rua, eu, meu marido e Aurora, e ela avistou esse carrossel aí da foto!
Lógico que quis ir, mas infelizmente estava fechando.
Meu marido explicou a ela que não daria pra ir hoje e foi então que começou a cena (vivida por todos nós, mães e pais). Ela se jogou no chão e começou a chorar.
Ele já ficou tenso, logo buscou acalmá-la negociando um sorvete, então eu disse que não, que nós precisávamos apenas acolhe-la, tentar explicar novamente (praticamente em vão), e mostrar a ela de forma prática o que estava acontecendo (explicando e identificando seus sentimentos) ou seja, que ela estava irritada por não poder ir, que a gente entendia isso, mas naquele momento não tinha o que fazer.
Ela ainda chorou um pouco no chão, mas logo topou vir para meu colo. Senti que ela entendeu, porém continuava magoada (lógico! Ela é uma criança e ainda está aprendendo a lidar com a frustração).
Mas o mais bacana é que eu percebi que ela confiou em mim, quis vir comigo choramingando, mas veio. E percebi que essa confiança foi consequência do respeito que tive pelos sentimentos dela. Ela pensou: “opa! Aqui eu sou ouvida, tenho apoio para expor o que estou sentindo.”
No caminho pra casa ela avistou uma bola na rua e apontou, mudando radicalmente de humor: -bola!
Botei ela no chão e foi correndo pegar. Fui logo atrás e falei pra ela: – viu filha, a vida é assim! Temos momentos tristes e felizes. Vc estava triste pq não foi no carrinho do carrossel, mas agora achou uma bola super legal e está feliz!
Por um momento ela lembrou do carrossel e seu semblante fechou, mas logo após olhar a bola voltou a sorrir. Ou seja, experimentou os dois sentimentos e conseguiu distingui-los.
Isso é aprender a se controlar, é aprender como lidar com os sentimentos e se tornar uma adulta saudável. Fatalmente, assim como todos nós, ela passará por momentos difíceis e felizes na vida dela, faz parte.
Eu tenho uma preocupação sobre como ela irá lidar com eles e estou fazendo o possivel para que ela aprenda a identifica-los e depois a compreende-los como parte de nossa trajetória.
Não sei se é a melhor maneira de ensinar, mas foi a que eu escolhi. Acredito que se ela já vivenciar essa frustracao desde pequena, comigo e o pai dela ao lado dando o suporte, quando for adulta terá mais chances de se tornar uma mulher estruturada, forte e equilibrada.
Voltando a história….Mesmo com toda a conversa, paciência e bola, ela voltou a ficar triste…Então perguntei a ela: – filha isso é um problema grande ou pequeno?
Pra minha surpresa ela respondeu:
“pequeno” e ficou tranquila, mas ainda chateada.
Logo após esse momento, a botei no chão pra ir andando conosco, alguns passos a frente veio mais uma lembrança da frustração e ela voltou a se jogar no chão (engraçado que tinha uma outra criança ao lado dela fazendo o mesmo show e nós cumprimentamos a mãe, trocamos aquele olhar de risos e empatia, a filha dela parou de chorar admirando Aurora no chão e Aurora também parou, dando até tchauzinho pra mulher, momentaneamente, claro, depois voltou ao choro kkkk)
Vcs tão vendo que algumas vezes nada vai funcionar por muito tempo? Só nos resta ter paciência e estarmos por perto, simplesmente porque eles precisam passar por esse processo.
Obviamente, alguns dias vcs estarão na rua, e, provavelmente estarão na correria, atrasados, não poderão fazer tudo isso, mas é importante não tornar esse comportamento (nosso) um hábito: ignorar a oportunidade de ensiná-los a vivenciar esses sentimentos.
E mesmo agindo desta forma que citei acima, certamente a mudança não será radical e rápida, eles não levantarão do chão, começarão a andar como adultos e aquilo não se repetirá nunca mais: não! Não criem expectativas erradas.
Pensem que tudo isso é um processo e a mensagem vai entrando aos poucos, e aos poucos eles vão aprendendo e crescendo. Minhas esperanças estão depositadas no futuro, a médio e longo prazo! Tenho confiança que isso influenciará na forma de Aurora viver sua vida adulta, pelo menos eu espero, e quando chegar lá, se não acontecer (porque nada é certo nessa vida), eu pelo menos estarei com a minha consciência tranquila de que fiz o melhor que pude.