Hoje ouvi que minha filha era uma “madame” porque não quis tomar leite de soja.
Eu apenas respondi: ela só não gosta de leite de soja.
Como é complicado as pessoas aceitarem que crianças também possuem preferências, né? Porque é tão difícil respeita-los? Normalmente é mais fácil manda-los calarem a boca e aceitarem tudo sem questionar, né?
“Nossa, que mal educado!”, “Nossa, que mimada!”, “Esse vai dar trabalho!”. Frases comumente usadas por quem não vê criança como gente, um ser em aprimoramento. Por quem não quer perder tempo em ouvir, em compreender…
O que me deixa irritada é quando não só cobram da minha filha uma postura “esperada”, como também tentam validar comigo o menosprezo de alguma conduta dela, considerada errada por apenas expressar uma preferência.
Os adultos precisam entender que crianças são seres em formação, que estão experimentando e se conhecendo. Estão aprendendo a lidar com suas vontades e também a se comunicar.
claro que me preocupo com a forma que ela nega alguma coisa a alguém, existe essa linha tênue também de se respeitar e respeitar o próximo. Por exemplo, quando ela nega um beijo ou abraço (que pra mim não há problema algum), ela deve, ao menos, cumprimentar, dar um “oi”, “bom dia” ou um “hi-five”, mas o que mais me preocupa de verdade é que ela possa se respeitar sem se sentir mal ou envergonhada por isso. É um processo difícil que até nós, como pais, temos dificuldade de lidar.
Muitas vezes deixamos a opinião e crendice popular falar mais alto, já me peguei algumas vezes cometendo esse erro: Num primeiro momento recuo e logo depois percebo o mu erro e viro retaguarda para quem realmente precisa.
Eu quero que ela tenha abertura para se expressar, se explicar e claro, entenda que o mundo não aceita isso muito bem, mas que ela não precisa se sentir mal por isso. Os outros que resolvam suas questões , ela não é obrigada a levar esse peso nas costas.
Não me venha dizer que ela é mal criada, quem precisa se recriar é quem diz isso 😉
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