Nós não podemos pensar que existe apenas uma realidade, a nossa. Nós precisamos olhar além do nosso convés e entender que nem todo barco tem a mesma quantidade de comida, tem o mesmo equipamento e estrutura.
E mesmo que o barco seja parecido, cada um absorve à tempestade de uma forma. A individualidade deve ser respeitada também. Para cada um o impacto da onda será recebido de uma forma.
Portanto, temos duas variantes: o barco e a forma que vemos/recebemos a tempestade.
Quando eu falo que para as famílias com filhos a coisa é mais pesada, é apenas uma generalização do humor. Claro que isso não é determinante.
Muito pior é passar a quarentena desempregado, sem ter onde morar e comer, sem suporte do governo.
Muito pior é passar a pandemia em uma favela sem condições básicas de higiene, ouvindo em todos os lugares que é necessário lavar as mãos por 20 segundos, mas não ter nem água encanada direito. Ouvir que se estiver resfriado precisa se isolar, mas mora em uma casa com apenas 1 cômodo, dividido com 5 pessoas.
Muito pior é ser obrigado a ir trabalhar pq não foi liberado do serviço ou não pode ficar sem receber o salário.
Muito pior é passar por tudo isso estando doente e precisando de apoio hospitalar, sem ter, sem leito, sem respirador, sem a família por perto.
Hoje venho aqui só pra agradecer e pedir aos necessitados. Pedir para que possamos olhar pro barco do lado e analisar como podemos ajudar. Mesmo que não seja diretamente, como vc pode tornar essa tempestade mais leve para os outros?