Esses dias tava conversando com uma amiga. Ela tem dois filhos, ambos cópia do pai: super brancos, loiros e olhos claros. Ela disse que algumas pessoas se aproximam perguntando quanto ela cobra pela hora com as crianças.

Assim, DO NADA!

Minha amiga é uma brasileira linda, pele da cor do pecado, jambo! Se auto intitula morena. Além disso é super divertida, ótima companhia.

Quando isso acontece ela responde brincando que não cobra nada e ainda cuida deles 24h por dia….. Ainda com ar de surpresa, as pessoas perguntam: ah, são seus”?

MEO DEUZIM!

Se fosse eu respondendo ia dar ruim, mas como era a minha amiga gente boa, ela responde rindo: “sim!”

Segundo ela, essas pessoas são tontas, falam sem pensar, não fazem por mal. Segundo a minha percepção, isso se chama preconceito enraizado.

Eu falei com ela que precisava escrever sobre isso: Por favor, não seja essa pessoa sem noção!

Quer dizer que por ela ter a pele morena não pode gerar filhos com pele branca? Quer dizer que se vc é pai e seu filho não tem nenhum traço seu, eu tenho o direito de me aproximar e perguntar se sua mulher pulou a cerca? Ou se vc é mãe, mas seu filho não se parece nem com vc, nem com o pai (sabe aquela criança misturada ou  puxou a cara do tataravó?), eu posso me aproximar e perguntar se é adotada?

Aí alguém fala pra mim: -Ah Thais, essas pessoas estavam procurando uma babá e como sua amiga era diferente das crianças elas fizeram associação…

(obs: não, não tem nada de errado em ser babá. O texto não se trata disso….)

Pois eu digo que é uma associação errada e inconveniente! Pense só que saco deve ser as pessoas ao seu redor ficarem questionado se você é ou não mãe do seu filho porque é diferente dele?

pais-pretos
Dois casos que já foram até matéria de jornais, percebam o título…. O comentário em destaque é o melhor!

 

Quando contei a história da minha amiga pra outros ouvi comentários/brincadeiras do tipo:

– “Devem pensar que ela roubou as crianças!”

– “Ah mas vc quer o quê? Uma nega dessas com dois loirinhos, lógico que vão pensar que é babá!”

Cês tão acompanhando meu raciocínio? Tão vendo como esse tipo de atitude tem um pensamento preconceituoso e negativo!

Enfim, eu acho que precisamos viver em um mundo onde mães, independente de cor de suas peles, possam andar tranquilas nas ruas com seus filhos pretos, brancos, amarelos, azuis e quais cores mais existirem, sem receberem olhares de rabo de olho, sem que as pessoas pensem em primeira mão que são babás. Vamos mudar essa forma de pensar? Vamos rever nossas atitudes?

 

6 comentários em “Qual a cor do preconceito?

  1. Excelente. Adorei seu jeito descontraído para escrever, ainda que sobre algo um tanto quanto sério.. É bom sermos mais cuidadosos e evitar este tipo de constrangimento pro outro, em várias situações.. Beijos!

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  2. Gente sem noção mesmo.
    Na minha família temos essa linda história tb. Minha irmã é negra como eu e meus dois sobrinhos são brancos , a cara do meu cunhado loiro dos olhos verdes. E já fizeram essa estúpida pergunta pra ela tb. Ela só deu aquela olhada kkkkk e respondeu sim . E daí kkkkk. Meus sobrinhos são lindos como minha mana tb.

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  3. Eu morei numa cidade na serra gaucha Onde a predominância era italiana. Sou branca, meu esposo é negro e nossa filha puxou todos os traços dele. Eu digo que a única coisa que ela saiu igual a mim foi ser do sexos feminino. E já me questionaram coisas absurdas e quando eu dizia que era minha filha, a pessoa respondeu: “pensei que tu tinhas roubado hehehe ” com risos… Isso sempre me incomodou. A falta de noção, respeito e educação das pessoas vai além do que eu possa imaginar.

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  4. Minha mãe me teve com 44 anos e minha vida inteira eu ouvi: Sua avó. E esses dias estava na verdureira com uma das minhas irmãs (bem mais velha q eu) e a moça estava brincando com meu bebe ai falou com ele citando minha irmã como se fosse a avó dele, demorou pra eu aceitar q sou a caçula mesmo e que existe grande diferença de idade entre minha mãe meu pai minhas irmãs e eu. E a grande culpa disso são dos bisbilhoteiros. Agora lido numa boa com isso, mas a infância foi trágica

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  5. Tem gente que usa a desculpe: “Perguntei pq achei que era adotivo” E se foi adotado? É filho da mesma forma, Então não tem o porque fazer essa pergunta inconveniente.
    E se a criança é filho de sangue e não se parece com os pais, qual problema? Isso não dá o direito de ninguém questionar a paternidade/maternidade, coisa de gente sem noção.

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