Olá! Como combinado, segue nosso terceiro depoimento para o “Partos pelo Mundo”. Quem ainda não sabe do que se trata, entra nesse link para ficar por dentro!

Dessa vez o relato é da Lucilia Powel, ela mora em Londres e teve um parto domiciliar da sua segunda filha, Clara. Simplesmente amei ❤

Boa leitura =)


 

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Lucilia e suas duas filhas

“Eu tentei um parto domiciliar na minha primeira filha, em 2014, e acabei sendo transferida para o hospital. Desta vez eu estava tranquila mas apreensiva.

Acordei por volta de 3:30 da madrugada de segunda 27/06 (40 semanas +6 dias) com uma leve cólica, mas não dei muita bola, só que não consegui mais dormir e  então fui para o outro quarto. Pelas 4 e pouco começaram contrações mas eu achava que iam parar. Às 5:30 eu mandei uma mensagem para a minha midwife (na Inglaterra as midwifes é que realizam os partos, os médicos apenas são chamados em casos de emergência ou cirurgia) dizendo que estavam regulares mas sob controle. Ela queria vir logo e eu disse que não precisava, então ela me disse para ir comer algo. Botei a tens machine (uma máquina usada para aliviar dores a partir de estímulos elétricos) nas costas e fui tomar meu café da manhã, entre uma contração e outra. Quando terminei, acordei meu marido e pedi para ele inflar e encher a banheira. Às 7:10 eu liguei para minha midwife vir porque as contrações estavam ficando bem dolorosas.

 

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imagem ilustrativa do tens machine

Ela chegou na minha casa mais ou menos uma hora depois. Na hora que ela chegou eu estava falando que isto tinha sido uma ideia idiota, que se um dia eu tivesse outro filho seria cesariana e que eu queria uma epidural -mal sabia eu que estava na transição- ela só riu de mim. Ela rapidamente mediu minha pressão e os batimentos do bebê. Depois de uma rápida checada disse que eu estava com dilatação total e que era pra ir pra banheira já. Sorte que fiz meu marido encher! Quase entrei com a tens machine nas costas, ela teve que dar um grito pro meu marido tirar.

Ao entrar na banheira a água quente foi um alívio incrível. Uns instantes depois logo veio a vontade incontrolável de empurrar. É incrível como quando deixamos o corpo fluir sabemos exatamente o que fazer! Com minha filha mais velha, embora tenha sido parto normal, eu não senti muita coisa porque tive anestesia.

A Midwife só me dizia para respirar ao invés de empurrar. Eu só lembro ela dizendo “vamos preservar esse períneo”. Em poucos instantes de respiração e um pouco de gás (na Inglaterra o uso do gás óxido nitroso, mais conhecido como gás hilariante ou gás do riso, é comum para aliviar as dores do parto) minha bebe saiu! Não tenho palavras para descrever a sensação de empoderamento por ter feito tudo praticamente sozinha! Sem duvida curou todas as frustrações que tive com minha primeira filha.

O cordão só foi cortado depois de sair a placenta e foi cortado pelo meu marido. Tudo exatamente como eu queria!

Ela pesava 3.6kg e 51cm.

Às 11 horas as midwives já tinham ajudado a arrumar tudo e foram embora. Ficamos só a família curtindo o novo bebê, nada de hospital, tudo no ambiente familiar.

A equipe que me atendeu foi o Rainbow Team, que é a equipe de homebirth do St George’s hospital em Tooting, Londres. Eu tive todo o pré natal com a mesma midwife e no parto tive duas (mas a segunda só chegou depois dela nascer). Incrível ter tudo isso pelo NHS (National Health Service), o sistema de saúde público britânico.”

 

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